Árvore centenária cai em terreiro de candomblé, uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas



Uma árvore centenária que fica dentro do terreiro de Alaketu, na Rua Luís Anselmo, no bairro Matatu de Brotas, em Salvador, caiu sobre nove casas vizinhas ao espaço e causou a morte de uma idosa na manhã desta sexta-feira (2).  A informação é confirmada pela Prefeitura de Salvador, que por meio de nota afirma que outras quatro pessoas ficaram feridas.

A idosa morta foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros por volta das 9h20. Minutos antes, o engenheiro da Defesa Civil de Salvador (Codesal), contou como a vítima foi encontrada. "A senhora Vanda Marins Ribeiro está sob um galho de árvore de grande porte, de 6 metros de comprimento e 60 cm de diâmetro. Não há condição dela estar viva", disse.

Os quatro feridos foram  socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para unidades médicas de Salvador, mas não há informações sobre o estado de saúde.

Segundo a Prefeitura, moradores da localidade acreditam que a árvore caiu após ser atingida por um raio. No local, outros moradores ouvidos relatam que viram um clarão semelhante ao provocado pelo rompimento de um fio de energia elétrica.

De acordo com moradores, um protocolo foi feito na Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop), em 2011, com o pedido da poda e retirada da árvore, que poderia cair.
A vizinha Maria de Fátima dos Santos, de 56 anos, que mora no local há mais de 30 anos, disse que já tinha solicitado a poda da árvore diversas vezes.



"Essa árvore sempre teve risco porque sempre caia graveto no telhado. A primeira vez que pedi foi no ano de 2000, mas não tive resposta. Em 2012, depois que parte do telhado caiu, a Codesal veio aqui e orientou que os moradores saíssem de casa se chovesse. Não fizeram poda. Em 2014, retiraram dois galhos", relata. Ela disse ainda que já teve que fazer reforma no telhado por conta de desabamentos que ocorreram.

Maria de Fátima ainda mostrou o protocolo em que a Codesal orienta os moradores a saírem do imóvel em período de chuva. "A gente fica revoltado. Foi preciso morrer alguém para virem aqui", reclama.

Com a queda da árvore, o teto da casa dela desabou em dois quartos e na sala. Ela estava dormindo no quarto quando aconteceu e teve ferimentos leves no braço e na perna.

O ogán do terreiro, Florivaldo Cajé, confirma que estava preocupado com a árvore e que solicitou podas. "Mandamos um oficio em 2013 para a Sucop. Mas não foi feita a poda", afirma.
Ele diz que, como o terreiro é tombado pelo Iphan eles precisam de autorização para fazer intervenções, inclusive na árvore. "Também não temos condições de fazer sozinhos porque a árvore é muito grande", diz.

Por meio de nota, a Prefeitura de Salvador relatou "a Seman, a pedido dos próprios moradores, já esteve no local para tentar fazer a erradicação do vegetal, sendo impedida pelos proprietários do terreno, que alegaram motivos religiosos (a árvore é considerada sagrada pelo terreiro)".  A Prefeitura acrescentou que por se tratar de área privada, não fez a erradicação.

O terreiro Ilê Maroiá Lájié (Terreiro de Alaketu ou Olga de Alaketu) é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).


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