Sem patrocínio, segundo filme de Edir Macedo tem salas vazias na estreia


Ao se sentar num banco na antessala do cinema do shopping Ilha Plaza, na Ilha do Governador, uma senhora logo abordou o repórter: “Vai ver ‘Nada a perder?’ Quer ingresso?”. O bilhete oferecido para a sessão das 15h40m vinha grampeado a um cupom promocional de pipoca mais refrigerante por R$9,90.

O kit foi distribuído aos fiéis por pastores da Igreja Universal. No começo da semana, a igreja disse ao jornal, em nota, que “a mídia não se conforma com o incrível sucesso de filmes com temática espiritual no Brasil, e tenta diminuir a importância do fenômeno. Talvez por não querer aceitar que a Universal conte com um número gigantesco de pessoas que, de forma voluntária, se mobiliza para que multidões possam assistir a um filme transformador”, em referência a casos como os flagrados nas sessões do primeiro “Nada a perder”, de 2018.

O repórter conversou com mais dois grupos de espectadores, que confirmaram ter recebido os ingressos na Igreja Universal do Reino de Deus da rua Cambaúba, a unidade central da IURD na Ilha. Uma mulher que saiu da sessão de 13h30m afirmou que a sala “estava vazia”. Porém, com ingressos sobrando nas mãos, veria o filme mais uma vez às 15h40m.

As duas sessões tinham cerca da metade dos 201 lugares comprados com antecedência — ambas com as mesmas poltronas reservadas formando um bloco. Se na primeira “quase ninguém” apareceu, segundo uma espectadora, na sessão seguinte o comparecimento foi maior. A reportagem contou 89 pessoas presentes dos 116 lugares que haviam sido comprados com antecedência.

No Espaço Itaú, em Botafogo, a sessão de 13h30m contava com 40 pessoas, apesar de 120 ingressos vendidos antecipadamente



Fonte: O GLOBO


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