Padre da PM é preso por abuso sexual de garoto que vendia bombom


 Garoto diz que militar o chamou para dentro de casa, dizendo que iria comprar os bombons, mas começou a alisar seu corpo e pedir “brinde”


Um padre da Polícia Militar, tenente, de 37 anos, foi preso em flagrante por importunação sexual contra um garoto de 16 anos que vendia bombons em Águas Claras. 

O caso aconteceu nessa sexta-feira (21/10), quando o homem viu o adolescente na rua, o abordou e prometeu comprar todos os chocolates.

O garoto disse que estava fazendo as vendas quando o militar se aproximou com o carro e falou que levaria os bombons, mas não tinha dinheiro com ele e teria que ir até o apartamento, que ficava ali perto.

Acreditando no religioso, o menino entrou no carro e começou a observar atitudes suspeitas. Primeiro, o homem ofereceu o carro para ele dirigir. Depois, indicou onde morava, subiu ao apartamento com o garoto e começou a passar as mãos no corpo dele. O padre ainda disse que daria um dinheiro pelos bombons e que queria um “brinde”, se referindo a algum ato sexual.

A vítima conta ainda que conseguiu convencer o militar de ir embora, mas que ele ofereceu ao garoto uma carona até a estação de metrô. Voltando ao carro, o padre teria dado novamente a direção ao menino, que, em certo ponto, disse que um pneu estava furado. Quando o militar saiu para conferir, o adolescente acelerou e pediu ajuda para quem estava por perto.

Orientado sobre ir até uma delegacia, ele chegou na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e relatou os abusos sofridos. Como o padre tinha a chave de pix do menino com o número de celular, passou a enviar mensagens ao garoto com ameaças, dizendo que ele teria problemas caso não devolvesse o carro ou contasse a situação para a polícia.

Foi combinado que a vítima do abuso deixaria o veículo no estacionamento de um supermercado de Águas Claras. No local, policiais civis esperaram o tenente da PM. Abordado, ele acabou preso em flagrante com base no depoimento e nos prints da conversa.

Versão do PM

Padre e militar da PMDF, o acusado negou o crime e contou uma versão diferente na delegacia. Ele disse que estava em Taguatinga Norte para ir ao mercado, mas não soube detalhar o nome do estabelecimento. Por perto, viu o garoto vendendo os bombons, parou e se ofereceu para comprar uma caixa inteira, mas sugeriu que o adolescente passasse a trabalhar em Águas Claras, onde o fluxo de pessoas era maior.

Segundo ele, o garoto disse que morava em Águas Lindas e não sabia como chegar lá. O padre, então, teria oferecido carona. O militar ainda argumenta que foi o menino que pediu para dirigir e só deixou porque achou que ele teria 18 anos.

Sobre a importunação sexual, o padre alegou que apenas pegou na perna do garoto dentro do carro, dizendo que ele dirigia muito bem, porque estaria surpreso com a habilidade. Outra parte da história contada na delegacia que chamou a atenção foi a descrição de como eles foram parar no apartamento.

O homem diz que o adolescente perguntou onde ele morava e indicou o caminho. Quando o carro se aproximou do portão da garagem do prédio, ele teria aberto sozinho, por causa de uma TAG de identificação veicular. O acusado também se defende contando que foi o garoto que pediu para subir e, dentro da casa, teria prometido “algo a mais” caso ele comprasse todos os bombons, que seriam favores sexuais.

O padre ainda conta, na versão, que teria recebido uma proposta sexual do garoto por R$ 500. Sobre o furto do carro, ele diz que chegou a ligar para a PM, mas desistiu de formalizar a denúncia quando recebeu mensagem do garoto negociando a entrega.

Preso

Os prints das mensagens trocadas entre os dois foram anexadas ao processo e um primo da vítima foi contatado. A prisão do padre foi informada à corregedoria da Polícia Militar e um PM foi até a delegacia. Ele conduziu o autuado ao 19° Batalhão de PMDF. A reportagem entrou em contato com a corporação e solicitou nota sobre os fatos, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto. O padre foi nomeado como capelão militar da PMDF em janeiro de 2020.

O que diz a PMDF

Em nota, a PMDF disse que o capelão encontrava-se afastado de suas funções no âmbito da Polícia Militar e da igreja, aguardando decisão de processo que tramitava no âmbito da Igreja Católica.

“Ao ser acionada, a Polícia Militar prontamente deslocou à delegacia para as providências cabíveis. Cabe salientar que nossa Bicentenária Corporação está nas ruas 24 horas por dia, 07 dias por semana, em todas as Regiões Administrativas, para bem servir e proteger a Sociedade da Capital e não coaduna com fatos que sejam contrários a legislação e regulamentos em vigor”, destacou a corporação.
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