A decisão foi tomada pela juíza Ana Cláudia Guimarães e Souza em um processo no qual o proprietário de um imóvel cobra uma dívida de cerca de R$ 117 mil em aluguéis da igreja.
A juíza autorizou, inclusive, que a penhora seja realizada durante os cultos, após o recolhimento dos dízimos. Um administrador judicial foi nomeado para garantir o cumprimento da medida até que o valor da dívida seja alcançado. Ele terá, segundo a decisão, poderes também para fiscalizar a movimentação financeira diária da Mundial.
Fundada em 1998 pelo apóstolo Valdemiro Santiago, a Igreja Mundial passa por uma grave crise financeira, que foi agravada pela pandemia do coronavírus. Na Justiça paulista há centenas de ações de cobrança em curso.
A Mundial não nega a dívida no pagamento de aluguéis do imóvel, um templo localizado na zona norte de São Paulo. Em 2019, chegou a assinar um acordo judicial para o pagamento, mas não o cumpriu.
Em petição enviada à Justiça, a igreja argumentou, em abril de 2020, que, por conta da quarenta da pandemia, os templos estavam com as portas fechadas e que, portanto, sofrera uma queda abrupta na arrecadação dos dízimos. “A igreja se encontra impossibilitada de honrar com os compromissos firmados, pois hoje não há qualquer entrada de receita”, disse à época.
Em novo documento anexado ao processo, após a ordem de penhora, a Mundial afirmou que a medida cria sérios problemas para o seu funcionamento, “o que pode contribuir imensamente para o agravamento de sua crise financeira, estimulando sua insolvência perante os demais credores”. Segundo a defesa apresentada pela igreja, a penhora pode, inclusive, “inviabilizar a sua atividade filantrópica” e afetar a sua “sobrevivência”.
A juíza não concordou com a argumentação e manteve a ordem de penhora, mas a igreja, que diz possuir cerca de 6 mil templos, ainda pode apresentar novo recurso.
Por UOL