Os incríveis chimpanzés com olhos humanos


Os chimpanzés têm mais genes em comum com você do que com um gorila, por exemplo. A diferença entre a composição do nosso DNA e a do DNA deles é de somente 1,6%, enquanto do deles para o dos gorilas fica em 2,6%. Parece pouco, mas significa muito: nós somos os parentes mais próximos dos chimpanzés do que eles são de qualquer macaco, ou seja, compartilhamos 98,4% do nosso DNA com eles.

O chimpanzé Mortes, que aparece à esquerda do vídeo, vive no santuário de Tacugama, em Serra Leoa, e é um dos poucos animais desta espécie que manifesta uma variação genética que lhe outorga uma estranha característica: possui, como os humanos, uma esclerótica branca, o que nós chamamos de "branco do olho".

Quem vê o vídeo sem saber desta informação, possivelmente não vai notar à primeira vista, mas certamente achará estranhamente familiar.

Alguns antropólogos propuseram inclusive que esta característica facilitou a comunicação entre humanos já que permite saber para onde o outro está olhando independentemente do movimento da cabeça, algo que não ocorre com outros primatas.




Isto permite uma cooperação silenciosa entre indivíduos através apenas do olho, o que pode ter resultado útil para nossos ancestrais durante a caça. Sabemos que, por exemplo, os cães são capazes de seguir o olhar dos humanos por estarem cooperando há muitos anos conosco.

Alguns pesquisadores também acham que o branco dos olhos ajuda por exemplo na defesa, ao detectar o medo nos olhos de outros e que também foi primordial nas interações sociais.

O caso de Mortes não é único, e são conhecidos outros chimpanzés com a esclerótica branca, como a chimpanzé Ngoro, do Centro de Reabilitação do Instituto Jane Goodall em Tchimpounga ou o chimpanzé Mike (abaixo), do santuário Chimfunshi, na Zâmbia.

O chimpanzé Mike, em um santuário da Zâmbia, também tem olhos "humanos". Via: Wikimedia
Foram documentados também casos iguais entre os gorilas. Os antropólogos também acham que estes olhos com esclerótica branca fizeram parte nas reconstruções dos primeiros hominídeos, ainda que não tenhamos nenhuma prova de que os anteriores a eles não tinham o branco do olho. Em qualquer caso, essa pode ser uma nova forma de nos sentirmos ainda mais próximos dos primatas.

confira o vídeo:


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